Em Moçambique, a pobreza e a desigualdade ainda constituem problema entre as mulheres. No sector da educação, o alto nível de analfabetismo entre as mulheres e raparigas, especialmente nas mulheres das zonas rurais, limita também o seu acesso ao rendimento e ao bem-estar. No sector do emprego, as mulheres encontram-se maioritariamente no sector informal e no sector agrícola, como trabalhadoras não qualificadas e especialmente nas culturas de subsistência.
É tendo em conta estes factores que a ADPP tem vindo a implementar projectos que visam essencialmente emponderar as mulheres e raparigas, contribuindo, deste modo para reverter o ciclo da pobreza que grassa a maior parte das mulheres em Moçambique.
Muitas mulheres beneficiárias dos projectos da ADPP têm contribuído para o sustento das suas famílias, provendo, deste modo, alimentação e educação dos filhos.
Aos 70 anos, Rita Mavuque é um exemplo de superação. Aquando da passagem do Ciclone Idai ela perdeu tudo o que conquistou ao longo de toda a sua vida. No entanto, graças ao seu trabalho árduo na sua machamba, recuperou quase tudo o que perdera no passado.
“Uma parte da produção é para o consumo familiar e a outra é destinada a venda no mercado local. Com o valor que ganho consegui reabilitar a minha casa que ficou parcialmente destruída e comprar material escolar para os meus filhos.” – conta.
Celestina Saíde é também uma das mulheres que está na linha da frente no combate a pobreza. Ela faz parte de uma agremiação denominada “Associação Combate Fome Zero”. Além de trabalhar no campo, Celestina se dedica a costura e faz parte de um grupo de poupança, juntamente com outras mulheres da sua localidade. Através das actividades que desenvolve, ela consegue sustentar os seus filhos e netos.
As mulheres, através dos programas e projectos da ADPP estão também envolvidas em iniciativas que visam combater doenças como a Tuberculose e o HIV-SIDA. A ADPP possui uma vasta rede de activistas que trabalham nas comunidades rurais.
Celeste Banze, Hermínia Silvestre são activistas do Projeto de Busca Ativa e Investigação de do Contactos, que visa melhorar a detecção de casos de tuberculose, a investigação de contatos domésticos, o acompanhamento de casos negativos de expectoração e a recuperação de casos perdidos.
Celeste acredita que o seu trabalho tem um impacto positivo na comunidade pois, contribui para que muitas pessoas tenham acesso ao tratamento da Tuberculose. No fim a satisfação: “o meu trabalho diário, a minha maior satisfação é ver uma pessoa curada. Nós criamos uma relação de amizade com algumas pessoas com TB e vê-los bem de saúde é uma felicidade, sentimento de dever cumprido”.- explica.
Tal como Hermínia, Celeste tem muito orgulho do trabalho que tem desenvolvido na comunidade pois, segundo conta, só uma comunidade saudável pode contribuir para o desenvolvimento do país.
O trabalho da ADPP está totalmente alinhado com os objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, no que tange apoio as raparigas e mulheres em situações vulneráveis e de violência baseada no género.
Importa referir que só em 2020 nas escolas da ADPP, 2,397 raparigas transitaram da escola primária para a secundária um feito conseguido através dos projectos de empoderamento da mulher e da rapariga que tem vindo a ser implementados pela ADPP e seus parceiros.