Depois de ter implementado o mesmo projecto em Nacala, província de Nampula, a ADPP Moçambique lançou recentemente em Maputo, o projecto “Girls Inspire” ou “Raparigas que Inspiram” cujo objectivo é melhorar as habilidades e meios de vida de 800 raparigas e mulheres jovens, das quais 500 raparigas que frequentam a escola e 300 mulheres jovens que se encontram fora do Sistema Nacional do Ensino. Trata-se de um grupo de mulheres com idades entre 15 e 30 anos, residentes nos bairros de T3, Patrice Lumumba e São Damaso.
O projecto é financiado pela Commonwealth Of Learning e tem a duração de 6 meses e meio.
De acordo com Ester Novela, Coordenadora do projecto, esta iniciativa vai treinar as mulheres e raparigas beneficiárias para que suas habilidades de tomada de decisão, e capacidade de negociar e renegociar competitivamente sejam fortalecidas.
“Este projecto vai igualmente estabelecer parcerias com entidades empregadoras e ligar as beneficiárias aos serviços de finanças, além de treinamentos em matéria de empreendedorismo e sobre a violência baseada no género” – explica Ester Novela
Se espera que através do projecto, as comunidades marginalizadas de Maputo - incluindo raparigas, mulheres e pessoas com deficiência através deste projecto vivam uma vida com maior igualdade de género, empoderamento e melhor educação e meios de vida- acrescentou.
Girls Inspire é um projecto da Commonwealth of Learning (COL) para proporcionar formação escolar e de competências a algumas das raparigas mais vulneráveis e difíceis de alcançar do mundo, aproveitando o poder do Ensino Aberto à Distância para pôr fim ao ciclo da pobreza e para abordar outras barreiras que impedem a participação económica das raparigas.
A visão do projecto é a de criar condições favoráveis a meios de subsistência sustentáveis para mulheres e raparigas que quebrarão o ciclo do Casamento Precoce e Forçado de Meninas (CEFM). Esta visão baseia-se numa Teoria da Mudança, segundo a qual uma educação de qualidade sensível ao género é uma ferramenta poderosa para acabar com o CEFM.
Dados apontam que as raparigas com educação escolar têm uma idade de casamento significativamente mais elevada em comparação com as raparigas sem educação escolar. Uma escolaridade aberta que não tem barreira etária pode proporcionar uma segunda oportunidade às mulheres e raparigas que queiram competir na sua educação. Através de escolas abertas, os programas de ensino técnico e profissional podem dar um importante contributo para a criação de meios de subsistência sustentáveis para muitas mulheres e raparigas jovens.