Para se educar uma criança é preciso ter afecto
Há exactos 29 anos Américo Nhalungo dedica maior parte do seu tempo a educação, reintegração e convivência com crianças órfãs e vulneráveis na Cidadela das Crianças, no bairro Costa do Sol, na cidade de Maputo. Ele e a sua equipe ocupam simultaneamente o lugar de pai, mãe, irmão e outros graus parentescos dessas crianças.
“O nosso dia-a-dia é lidar com crianças provenientes de diferentes lugares e personalidades, o que tem se constituído num desafio mas quando se tem afecto, tudo torna-se facilitado e muito cedo a criança adquire uma nova identidade e passa a conviver de igual modo com todos a sua volta. Quando elas chegam na nosso internato portam consigo diferentes comportamentos resultantes das suas convivências anteriores e, daí que é nossa responsabilidade arranjar formas de adaptá-las a realidade do centro, de forma a aprender tudo que lhes é peculiar no sentido de desenvolvimento de uma nova personalidade”.
“O desequilíbrio de idades entre as crianças tem dificultado a sua integração, uma vez que algumas apresentam-se mais violentas, desobedientes e resistentes às normas estabelecidas, procuramos com base na nossa experiência criar um bom ambiente para elas sentirem-se comovidas e seguirem as normas de convivência, o que constitui o nosso maior objectivo”.