O projecto OneImpact Monitoria Liderada pela Comunidade (MLC), promoveu durante quatro dias, igual número de workshops para a partilha dos resultados da implementação do projecto que teve a duração de 9 meses em 45 Unidades Sanitárias em quatro distritos da província de Maputo, nomeadamente Matola, Moamba, Boane e Namaacha.
Os resultados apresentados aos representantes do Programa Nacional de Combate à Tuberculose (PNCT) permitem fazer uma avaliação positiva da implementação do projecto, para além de serviram para uma reflexão conjunta sobre a situação da TB na província de Maputo, onde houve registo, nos últimos meses, de uma redução de casos do abandono ao tratamento e de pessoas estigmatizadas enquanto pacientes da Tuberculose.
Durante o período da sua implementação, o projecto trabalhou com 250 Líderes Comunitários e 203 Voluntários, os quais foram treinados em matérias dos Direitos Humanos e, tendo alcançado um universo de 1268 pessoas com TB nos quatro distritos com cobertura do projecto.
Dados extraídos do sistema de monitoria indicam que 1606 pessoas baixaram o aplicativo OneImpact, deste número 824 pessoas com TB reportaram 1076 barreiras e/ou dificuldades que foram enfrentados enquanto pacientes da TB. As barreiras mais comuns tem a ver com o acesso aos serviços de saúde da TB (35%), seguidas de barreiras aos serviços de suporte à TB (33%), Estigma de TB (25%) e violação dos direitos humanos (7%).
Inácio Manjate, Coordenador do projecto, diz que a implementação do projecto em coordenação com o PNCT e os actores comunitários permitiu alcançar resultados satisfatórios.
“Estamos satisfeitos com os resultados que partilhamos hoje neste fórum. Na reflexão em conjunto com o PNCT notamos que houve um aumento de pessoas que aderem ao tratamento e mais abertura para comunicar as suas barreiras, por causa do trabalho que desencadeamos com o envolvimento das lideranças comunitárias e o grupo de voluntários que levaram o aplicativo até aos pacientes”- explicou.
Por seu turno, o responsável distrital do PNCT na Matola, Silva Munguambe, diz que implementação do projecto OneImpact veio aumentar a taxa de sucesso que não era das melhores nos anos passados, a qual situava-se aos 90%.
“No ano passado tivemos uma percentagem de casos de abando ao tratamento muito elevado, cenário que veio a reverter-se com a implementação do OneImpact, uma vez que passou a haver muita adesão ao tratamento porque muitos pacientes tiveram a oportunidade de reportar as dificuldades que poderia interferir no cumprimento do tratamento até a cura, o que permitiu igualmente a nós detectar precocemente as barreiras desses pacientes e tivemos uma intervenção que permitiu o cumprimento do tratamento até ao sucesso, o que faz que hoje tenhamos uma taxa de sucesso de 94%, o que acreditamos que foi um grande ganho do projecto.
O responsável distrital do Programa de Envolvimento Comunitário na Matola, Alfredo Francisco, reconhece ter se despoletado muitos problemas relacionados às barreiras que os pacientes enfrentavam para ter acesso ao tratamento da TB e consequentemente o que melhorou a adesão ao tratamento.
“Verificamos que os pacientes por falta de mecanismo para reportar as barreiras optavam por abandonar o tratamento, o que já não se verifica porque eles tem a plataforma para reportar as barreiras, as quais são seguidas e resolvidas melhorando desta forma o acesso ao serviços de tratamento da TB o que também permitiu um retorno dos pacientes que já haviam abandonado o tratamento”.