Em curso desde 2016, o projecto Hope Cabo Delgado, implementado durante cinco anos pela ADPP em parceria com a Fundação Ariel Glaser Contra o SIDA Pediátrico e em coordenação com o Ministério da Saúde (MISAU), através de fundos disponibilizados pelo CDC, abrangeu sete distritos (Moeda e Muidumbe Chiure, Ancuabe e cidade de Pemba), onde procurou através de várias acções reduzir novas infecções do HIV e a reintegração de pacientes faltosos e outros que tinham abandonado o tratamento.
O projecto HOPE Cabo Delgado desenvolveu actividades do programa de Aconselhamento e Testagem em Saúde Comunitária (ATSC) com base no Caso Índice e o programa de crédito Rotativo (PCR). Através dessas duas modalidades um números considerável de mulheres, com base nos empréstimos de valores, iniciaram pequenos negócios para garantir o seu auto-sustento durante o tratamento.
Com a sua composição em dois pacotes, o projecto ocupou-se pela identificação de pessoas que vivem com o HIV nas comunidades. No pacote de Aconselhamento e Testagem em Saúde Comunitário o grupo-alvo foram crianças menores de 14 anos, conviventes de caso Índice e, o pacote de Poupança e crédito Rotativo (PCR) o grupo-alvo era composto por crianças menores de 15 anos, mulheres grávidas e lactantes e outras em tratamento anti-retroviral (TARV).
As principais actividades inerentes ao projecto estavam ligados a promoção do bem estar comum e a suprir as necessidades básicas através de actividades como a formação e treinamento de grupos de poupança, educação nutricional, realização de demonstrações culinárias, criação de hortas caseiras e colectivas. O objectivo destas acções era também de garantir a retenção e adesão ao tratamento na unidade sanitária.
Segundo Tina Daniel, Coordenadora do Projecto, com as acções realizadas pelo projecto houve uma mudança de comportamento nas pessoas que não aderiam ao tratamento anti-retroviral mesmo conhecendo o seu estado serológico. O projecto esteve empenhado nas buscas dos pacientes faltosos ou que teriam abandonado o tratamento, onde foi possível reintegrar ao tratamento cerca de 37,130 pacientes. Durante o mesmo período fez o diagnóstico de novos casos a uma media de 155,275 testados, dos quais 11,607 tiveram resultado positivo e todos iniciaram o tratamento.
A implementação do projecto foi marcada por alguns desafios originados por um lado pela pandemia da COVID-19 que forçou a suspensão de algumas actividades comunitárias e, por outro, pelos ataques terroristas que também forçaram a retirada do projecto nos distritos de Moeda e Muidumbe por causa da insegurança instalada, factores que contribuíram negativamente para o alcance a 100% das metas previamente planificadas.
Refira-se que o projecto HOPE foi igualmente implementado pela ADPP na província de Inhambane (Hope Inhambane) até 2017 e, na província de Maputo, em curso desde 2015, em parceria com a Fundação Ariel Glaser Contra o SIDA Pediátrico e em coordenação com o Ministério da Saúde (MISAU), através de fundos disponibilizados pelo CDC.