Nem todas as mulheres aceitam passivamente os papeis de gênero que lhe são socialmente atribuídos. Algumas mulheres optam por seguir cursos que são dominados por homens, desafiando, deste modo, os estereótipos impostos pela sociedade.
Em muitos lugares do mundo, as mulheres são o coração de suas comunidades. Pesquisas e estatísticas globais mostram que quando se investe em mulheres, isso retorna em dobro para as famílias, as comunidades e toda a sociedade.
Luciana Macuácua é recém graduada do curso de Electricidade Instaladora do projecto Empoderamento Sócio Económico das Mulheres e Jovens de Moçambique implementado pela ADPP com o apoio financeiro da Humana Áustria e da Cidade de Viena.
Luciana se destacou ao ser considerada a melhor estudante do curso, maioritariamente frequentado por homens, facto que segundo conta, não afectou o seu desempenho.
“No princípio foi um pouco difícil, mas com o andar do tempo fui me enquadrando e dominei (…) hoje me sinto realizada e já estou pronta para o mercado de trabalho” – disse
De acordo com Luciana, a grande vantagem de frequentar um curso profissionalizante é o autoemprego: Não preciso ficar a espera de um contrato para começar a trabalhar. Na minha comunidade posso fazer pequenos trabalhos que possam garantir o meu sustento.
Ester Novela, coordenadora do projecto explicou que o mesmo teve bastantes desafios impostos pela pandemia da Covid 19, que foram ultrapassados graças ao empenho e dedicação dos formandos e dos formadores.
“Sentimos muito felizes, pois muitas mulheres estão aderindo aos cursos em relação aos trimestres anteriores em especial para o curso de Electricidade Instaladora onde muitas mulheres estão quebrando os medos serem electrocutados durante a realizarão de aulas práticas e quebrando o tabu de ver a electricidade como um ramo destinado aos homens” – disse acrescentando que o projecto pretende alcançar mais mulheres assim como pessoas com necessidades especiais, pois igualdade de Género e a inclusão social é o maior foco.
Refira-se que o projecto “Empoderamento Sócio Económico das Mulheres e Jovens de Moçambique” prevê aumentar o acesso e a conclusão de formação profissional inclusivas, sensíveis ao género e orientadas para o mercado para 240 jovens homens e particularmente raparigas na província de Maputo, incluindo também pessoas com deficiência.