Maria Joaquina Alberto Paulo, de 33 anos, vive no bairro Eduardo Mondlane, distrito de Milange, província da Zambézia. Ela enfrentou e superou a tuberculose (TB) com o apoio do projeto OneImpact, que a ajudou a lidar com o estigma e a discriminação associados à doença. Hoje, Maria é uma defensora apaixonada pelos direitos das pessoas com TB, usando sua experiência para inspirar outros.
“Comecei a me sentir mal em janeiro e, semanas depois, fui diagnosticada com tuberculose após ser encaminhada à unidade sanitária por um ativista do projeto OneImpact”, lembra Maria. “Quando contei à minha família sobre a doença, fui abandonada. Minha mãe, que sempre cuidou de mim, passou a focar apenas no seu trabalho, deixando de me acompanhar. Aquilo foi muito doloroso.”
Enfrentando não apenas os sintomas debilitantes da doença, mas também o isolamento emocional, Maria descobriu por acaso uma palestra comunitária realizada no seu bairro. Mesmo com dificuldades para se locomover, ela decidiu participar. No final da sessão, buscou o ativista responsável para uma conversa particular.
“Foi ali que tudo começou a mudar”, diz Maria. O ativista, sensibilizado pela situação, uniu-se ao líder comunitário para dialogar com a família de Maria. “Eles explicaram que a tuberculose não é um castigo nem algo que exige isolamento. Antigamente, as pessoas discriminavam por falta de informação, separavam doentes, utensílios e até dormitórios, mas hoje sabemos que isso não é necessário. Minha mãe percebeu que estava agindo de forma injusta comigo.”
O reencontro com o apoio familiar foi um marco na recuperação de Maria. “Um doente sem apoio familiar piora muito. Quando minha família voltou a me ajudar, minha saúde melhorou significativamente. Foi como um novo começo para mim.”
Embora enfrentasse o abandono dentro de casa, Maria destaca o apoio que recebeu da comunidade: “Diferente da minha família, os vizinhos sempre estiveram ao meu lado.” Além disso, o ativista do projeto OneImpact desempenhou um papel crucial. “Eu estava tão debilitada que não conseguia nem buscar meus medicamentos. Ele fazia questão de trazê-los até mim.”
Outro ponto transformador para Maria foi o uso do aplicativo OneImpact, que conecta pacientes com informações sobre seus direitos, além de criar uma rede de apoio. “O aplicativo OneIpact me ajudou a entender meus direitos e a me conectar com outras pessoas na mesma situação. Hoje, uso isso para sensibilizar famílias e combater o estigma.”
Recuperada, Maria se tornou voluntária do projeto. “Dou meu tempo para palestras e compartilho meu testemunho, porque sei o impacto que a informação pode ter na vida das pessoas. Quero que ninguém passe pelo que passei.”
Maria é um exemplo de superação e resiliência. Sua jornada reflete a força do apoio comunitário e familiar, e a importância de projetos como o OneImpact na luta contra a tuberculose e o estigma associado.